quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça ( *** )


Lá no fundo Tim Burton continua sendo aquela criança estranha e sedentária que passava todas as tardes vendo filmes classe B na televisão, fornecendo material fértil pra sua cabecinha levemente insana. E a sua maior qualidade é fazer filmes bacanas pra toda uma nova geração de crianças preguiçosas e também para os mais velhos que sentem nostalgia por esse lado da infância, cheio de filmes fascinantes.
Seus melhores trabalhos são frutos dessa habilidade e sempre carregam um pedaço de nostalgia e estranheza que destaca os seus filmes entre os muitos infantis e fantasiosos que são cuspidos todos os anos nos cinemas. A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça é um de seus melhores trabalhos justamente por ser um mix de tudo o que agradava Burton quando criança, e que o fez se apaixonar por cinema.
O roteiro é bem estruturado mas irregular, indeciso entre o terror e a comédia negra, o que acaba tornando o filme nada mais que uma aventura com toques góticos, não um filme de terror, como deveria ser. Só que esse defeito é compensado pelo clima levemente tenso e cheio de atmosfera que Burton imprime ao filme. O visual é simplesmente extraordinário, e o filme hipnotiza com tanta beleza. O mistério não importa tanto, o tal Cavaleiro Sem Cabeça não assusta nem criança de 5 anos, mas o que fascina aqui é acompanhar essa história envolvente, uma lenda urbana das mais fascinantes, conduzida por um mestre.
O elenco, cheio de veteranos do cinema inglês – inclusive dos filmes B- está ótimo. Johnny Depp, como o incrédulo policial Ichabod Crane, é um capítulo a parte. Depp entrega mais uma atuação bizarra e fascinante ao mesmo tempo, cheio de trejeitos que quase por mágica, não repelem o público do ator, mas causa uma identificação imediata com o personagem. Já Cristina Ricci tem a estampa certa para o filme, mas sua atuação é fraca. Winona Ryder, cadê você?
Ótima pedida pros Halloweens e pro Natais da vida.
E é uma pena que na tv esse filme passe só na madrugada, e não na sessão da tarde e afins, talvez pela violência de algumas cenas. Uma geração merecia crescer vendo isso. Mas,sempre teremos o dvd pra suprir essa falha.

3 comentários:

Anônimo disse...

Gostei da forma como definiu Tim Burton. Também cresci vendo filmes como esse, ainda não sei se me fez bem...
Em todo caso assisti esse filme realmente próximo ao Natal e com minha prima na época ela tinha 6 anos eu acho, ela ficou com medo... rsrs (Mas até hoje lembra do filme!!)
Gostei muito do comentário do filme, muito justo.
Só não gostei por não ter um comentário sobre a melâncolia lânguida de Deep, como sempre lindoo! ( Sorry João!! Pero não poderia deixar de falar isso, é irresistível!!

Anônimo disse...

O blog do João, que responsa ein! Vai ter que suar para concorrer com o hyper-portal-hypado sobre cinema do Bilaw que ta vindo por ae... Voce e sua queda pelo Tim Burton... mas admite ae vai, Fabrica de Chocolate e Peixe Grande são duas fezes... hoje em dia dá saudade quando ele fazia cousas mais criativas como Batman e Edward... e realmente, esse Cavaleiro sem Cabeça é um filme que não poderia ser de mais ninguém... tem umas coisas que são a cara dele né, tipo o moinho de vento, o espantalho, árvores contorcidas e etc... vi o BABEL semana passada... parece muito com crash, logo, lixo.

Anônimo disse...

Primeiro, Peixe Grande não é Fezes rs
Mas a Fábrica de Chocolate não me agradou muito tbm, senti falta da música original dos Oompa Loompas.
O Cavaleiro sem Cabeça, pô, sem palavras.... visual Hammer (leia-se perfeito).... Johnny Depp.... Christopher Lee.... Um Espantalho com cabeça de abóbora.... sucesso total!! hehee