segunda-feira, 31 de março de 2008

"Mirar no longo prazo pode doer um pouco"


Saiu na Veja uma entrevista, feita pela Isabela Boscov, com a sempre maravilhosa Jodie Foster. Aqui vai:

Você já disparou tiros em seus filmes antes, mas sempre em resposta a uma agressão, e não como a agressora, como é o caso em Valente. Era algo que você evitava?
Não, de maneira nenhuma – apenas era algo que nenhuma personagem havia exigido até aqui. Valente é sobre uma mulher civilizada que sofre um ataque brutal, e sobre como ela muda em reação a essa violência. É menos sobre armas do que sobre moralidade – um tema que está presente em muitos dos filmes que fiz. Quanto mais velha eu fico, mais o tema me interessa, e mais complicado parece. Quando eu era jovem, achava que gente boa era uma coisa e gente má, outra. Hoje...

Você concorda com o caminho que sua personagem toma, de se tornar uma justiceira?
Nem eu nem o filme concordamos com a personagem. Aliás, nem ela concorda consigo mesma. Ela tem consciência de que tomou um rumo que nunca, nem nos seus piores pesadelos, imaginava ser capaz de tomar. O que a divide é que, embora ela se encha de vergonha cada vez que aperta o gatilho, essa é também uma afirmação do desejo dela de viver após a violência que atravessou.

Você se imagina em situação semelhante?
Levo uma vida muito comum e reservada, e talvez goste de papéis assim porque eles me dão a oportunidade de confrontar sentimentos que eu, pessoalmente, não sou corajosa o bastante para enfrentar. Isso é o que há de mais instigante num filme como esse, em que é preciso estar dentro da personagem, queira-se ou não, e respirar, andar e pensar como ela: obrigar-se a compreender o incompreensível.

Qual sua opinião sobre o controle de armas?
Não gosto de me aproveitar do meu trabalho para falar de política. Só o que posso dizer é que a visão de Valente é bastante clara: uma arma de fogo é um instrumento que confere a um indivíduo um poder além do razoável.

Você tem a carreira que muitas atrizes gostariam de ter. Como a construiu?
Sei lá, esse é um trabalho tão estranho, em que é difícil planejar uma direção ou se preservar da instabilidade e da exposição. Acho que minha mãe foi uma influência decisiva: ela queria que eu fosse levada a sério e me ensinou a me levar a sério também. Eu nunca fui a que mais ganha, ou a que é sempre a primeira a ser escolhida. Mirar no longo prazo pode doer um pouco mesmo. Mas eu queria durar – e não desaparecer, como infelizmente acontece com tantos jovens atores.

Você nunca fez o papel da mocinha ingênua ou romântica.
Olhe que até fiz muitos testes para esses papéis, mas fui reprovada em todos. Com o tempo, você percebe a razão das rejeições: há coisas que eu faço bem, e outras em que não convenço.

Desde pequena, o dinheiro que você trazia para casa como atriz era fundamental para sua mãe e seus irmãos. Foi difícil virar arrimo de família assim tão cedo?
Imagino que isso tenha condicionado de várias formas o desenvolvimento da minha personalidade. Por exemplo, aprendi muito antes dos outros o conceito de que ações têm conseqüências. É bom ser criança? Sim, mas viajar pelo mundo, descobrir um talento e ser levada a sério pelos adultos também é bom. As coisas são como são, e eu me considero uma pessoa até bem ajustada, sem ressentimentos.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Halloween ( ** )

O amor feriu Michael Myers

É muita coragem refilmar uma obra de John Carpenter. Um, por que seus filmes não precisam de melhorias, pois são bem feitos e envolventes. E,dois, por que são filmes que não envelhecem apesar de muitos anos nas costas, e portanto não precisam de “atualizações”.

Entretanto, nada contra tais remakes, contanto que eles tragamalgo de novo. Um exemplo é a nova versão de Assalto a 13 DP, que somou um visual e ritmo frenético e afetado, coisa bem anos 2000, ao original de sêo Carpenter. Mas também não mudou a vida de alguém.

E eis que o roqueiro metamorfoseado em cineasta (será ele um autor?) Rob Zombie decide que ele pode trazer algo de novo à mitologia de Michael Meyers e a série Halloween, uma das mais amadas e populares do gênero slasher. Coitado.

O problema aqui não é mexer no original, excelente e o meu favorito de Carpenter. A questão é que o remake, como muitos remakes aliás, é pálido em termos de criatividade e sempre fica à sombra do filme original, sem ousar nem trazer algo de novo. A solução encontrada por Zombie é das mais estúpidas: mostrar a infância do psicopata Myers, e mostrar por que o diabo do homem é tão malvado. Pluft.

Acontece é que um dos toques de mestre do original é justamente não explicar ou analisar o porquê de um menininho branquelo, riquinho e bem alimentado ter vontade de matar a irmã e sabe se lá mais quem. O não explicado, o oculto, é arma essencial em favor da aura de mistério e medo do personagem, algo como tio Spielberg não mostrar o tubarão até o final do filme, Polanski não mostrar por inteiro o bebê da Rosemary, e etc. Meninos, anotem: p-o-d-e-r d-e s-u-g-e-s-t-ã-o.

Então, meio que pra justificar, a família Myers se transforma num amontoado de white trash (coisa que sempre aparece nos filmes de Zombie, olha aí), onde a mãe é uma stripper, a irmã é uma vadia, o padastro um aleijado psicopata. Little Michael (ator mirim estranho e sem mistério algum),pra aliviar a pressão, tortura animaizinhos, e depois logo passa a exterminar coleguinhas de escola que chamam sua mãe de vadia.

Enquanto esse drama todo acontece, dona Myers dança em boates de striptease (de quinta categoria, é claro) pra sustentar a família. Curioso é ver a mulher se lascando na tal boate, dançando ao som de Love Hurts, enquanto o filhinho doido apronta todas. Eu não sei o que o diretor quer com uma cena dessas.

Essa parte inicial do filme, que culmina com Michaelzinho matando a família toda, menos mamãe, dura uma eternidade e não tem graça alguma. Quando o filme chega no vamos ver (e sim, até a fuga de Meyers, mostrada rapidamente no original, ganha muitos detalhes aqui) já bate um tédio.

O problema é que preencher essas “lacunas”, que funcionavam demais no filme 1978, não salva o filme do marasmo. É uma solução encontrada para evitar uma repetição das ações do ato final do filme, com os assassinatos das adolescentes, mas acaba sendo muita enrolação em troca de pouca coisa.

Zombie investe em intensidade, na violência, nos efeitos sonoros, aumenta o número de vítimas, mas privilegiar barulho em detrimento de roteiro não ajuda em nada. Coitado desse diretor. Aqui virou um mendigo, que pega cada migalha deixada por Carpenter, junta no pratinho, e tenta tirar uma refeição completa.Muda um detalhe aqui, outro ali, mas seu filme sempre continua sem vida e originalidade.

Nem transformar Meyrs num brutamontes gigante ajuda. A gente não fica com medo, mas se pergunta como ele arranjou um jeito de puxar ferro na cadeia. Troca a maravilhosa cena do armário por uma situação nova, mas que não tem metade da força daquela seqüência.

Outra falha grave é o elenco. As adolescentes são extremamente antipáticas,, com diálogos ruins e nada naturais. Saudade das garotas dos anos 70. O menininho que faz o pequeno Myers, como já citado, está mais pra clone da Dakota Fanning, e isso não é legal. Malcom Macdowell também não tem metade do interesse que o Donald Pleasence despertava no original. Só quem eu gostei mesmo foi da senhora Myers, interpretada por Sheri Moon Zombie, dona mulher do diretor. Nada de excepcional em sua atuação , mas ela não compromete.

Poderia ser uma grande diversão, mas é só um passatempo esquemático e mórbido. E, estranho, parece que não vai mesmo passar nos cinemas brasileiros, onde qualquer porcaria filiada ao terror ganha espaço e faz sucesso. A coisa realmente está feia para Michael.

- This remake is a piece of shit!


Halloween
/ 2007 / Rob Zombie / (2:35:1)

segunda-feira, 10 de março de 2008

O Diário de uma Babá ( **1/2 )


Não se fazem babás como antigamente

Infelizmente parece que Scarlett Johansson (aqui em visual comportado) ainda não é capaz de carregar um filme nas costas, mas até que ela se sai bem neste segundo filme dos criadores de Anti- Herói Americano – não poderiam haver dois filmes tão diferentes quanto estes dois. Este fracasso de bilheteria vai ficar melhor nas sessões da tarde da próxima década, e não muda a vida de ninguém.

Fiquei viajando nas citações a Mary Poppins (bem excessivas, por sinal) e fiquei pensando se boa parte da platéia estava captando a mensagem. Quanto ao elenco, Chris Evans não faz nada, só pose, a cantora Alicia Keys tem uma participação sem sal, e Paul Giamatti volta a interpretar um vilão canalha, coisa que ele fazia antes de cair nas graças do cinemão, ou seja , um retrocesso. Mas não dá pra culpar esses atores, o roteiro é que é ingrato mesmo. A única que se salva é Laura Linney, que pega o papel menos cretino e entrega uma ótima atuação, mesmo que a resolução final da sua personagem seja uma tolice.

Vi o filme numa sessão dublada, o que foi um choque, não avisaram antes da sessão. Fiquei puto no começo do filme, afinal estaria perdendo uma das coisas que eu mais gosto em dona Johansson, que é aquela voz rouca e cheia de “hum huns”, coisa que ela faz em todo filme. E quem sofre mais com a tradução é o guri que faz a criança que Scarlett cuida. Ele fica ainda mais irritante com a voz que arranjaram pra ele, e quando seu personagem muda de pestinha pra bonzinho a gente demora umas vinte cenas pra perceber, pra você ver como a coisa aqui é bem feita – sim, credite isso tanto a dublagem quanto ao roteiro. Mas o conteúdo disto aqui é tão besta e industrializado que me senti sentado no sofá da sala, vendo a Globo às 4 da tarde, então até que caiu bem.


The Nanny Diaries / 2007 /Shari Springer Berman & Robert Pulcini / (1:85:1)

Filmes de Fevereiro de 2008, com comentários


O Homem Que Sabia Demais (The Man Who Knew Too Much, 1955, Alfred Hitchcock) ***1/2

Divertido e muito bem feito, como quase tudo dessa fase do grande Hitch. Achei a história um tanto boba (usar o termo inverossímel não casa bem com os filmes do diretor), e o que mais me marcou, surpreendentemente, foi aexcelente atuação e o carisma de Doris Day – creio que foi o primeiro filme dela que eu vi.

Curioso também que, embora eu nunca tenha assistido este filme antes, já sabia todo seu enredo e desenvolvimento, coisa comum em relação a vários filmes do mestre que eu ainda não assisti.
Visto em dvd.


Felicidade (Happiness, 1998, Todd Solondz) ***

Me decepcionei com este que é o mais conhecido filme de Solondz. Há observações pertinentes aqui, e grandes momentos (como quase todas as cenas do Dylan Baker, DO Phillip Seymour Hoffman e da Jane Adams),mas o tom me pareceu mais mecânico e artificial do que os outros filmes do diretor. Mas um Solondz “menor” já é melhor que muita coisa do que se vê por aí.
Visto no computador.


O Diário de uma Babá (The Nanny Diaries, 2007, Shari Springer Berman & Robert Pulcini) **1/2

Ver texto publicado.

Visto no cinema.


Piratas do Caribe: No Fim do Mundo (Pirates of the Caribbean: At The World´s End, 2007, Gore Verbinski) **

Só por que não é um lixo atômico como eu esperava que fosse, não quer dizer que ébom. É quase tão tolo como o segundo capítulo, mas trata-se de ruindades diferentes. Filme totalmente mal escrito, atuado (sim, inclusive o Johnny Depp) e inútil, que serviu pra deixar essa galera aqui ainda mais rica, claro.

Psiu: o que diabos é aquela cena com vários Jack Sparrows?Morri de vergonha vendo, ainda bem que estava em casa.
Visto em dvd.


Vestígios do Dia (The Remains of the Day, 1993, James Ivory) ****

Não sei o que é melhor aqui: a encenação rígida e que funciona muito bem, a fotografia belíssima ou atuação do par central: Anthony Hopkins e Emma Thompson, no auge da carreira e excepcionais. Alguém me arranja uma cópia de Retorno a Howards End?
Visto em dvd.

Hair (1980, Milos Forman) ***1/2

harmony and understanding

sympathy and trust abounding

no more falsehoods or derisions

golden living dreams of visions

mystic crystal revalation a

and the mind's true liberation...

tá?
Visto em dvd.


O Iluminado (The Shinning, 1980, Stanley Kubrick) ****1/2

Covardia. Um dos meus favoritos (certamente o que mais gosto do Kubrick), e que vai ganhar um texto em breve. Redrummmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm
Revisto em dvd.


Desejo e Reparação (Atonement, 2007, Joe Wright) ****

Não estava esperando grande coisa, mesmo adorando o primeiro filme do Wright, o já citado aqui Orgulho & Preconeceito. Mas o filme, moderno e muito bem dirigido, me conquistou pela não caretice e pelo final, incrível. Um desses romances meio trágicos e que deixam um gosto amargo na boca. Atuação excepcional do James McAvoy, shame on you Mr. Oscar!
Infelizmente visto no computador.



Juno (2007, Jason Reitman) **1/2

Pega até mal falar desse aqui, afinal todos a-m-a-m Juno. Achei tão,mas tão falso, com diálogos inverossímeis e uma fofura ácida que até hoje eu espero chegar na minha caixa de correioo. Ellen Page,você está irritante, e o melhor do filme fica é, vejam só, Jennifer Garner, excelente, e dona do papel menos cretino.
Felizmente visto no computador.


A Colheita do Mal (The Reaping, 2007, Stephen Hopkins) *1/2

Assinei essa semana a petição que pede que a Hilary Swan devolva seus Oscars e todos aqueles prêmios, e ganhe em troca vergonha na cara e um pouco de juízo na hora de ler os roteiros. Dinheiro nem sempre é tudo Hilary, ok?

BOMBA!
Visto em dvd.


Gattaca – A Experiência Genética (Gattaca, 1997, Andrew Niccol) ***

Um dos meus filmes favoritos da infância/adolescência, e que hoje só acho razoável. Mas é impossível não admirar o modo como Niccol conduz o filme, e as soluções contra o orçamento limitado. Uma Thurman linda e Ethan Hawke bom ator como nunca aqui.
Revisto em dvd.


Orgulho & Preconceito (Pride & Prejudice, 2005, Joe Wright) ****1/2

Texto já publicado.

Revisto em dvd.


Vamos Nessa (Go, 1999, Doug Liman ) ***

Mesmo caso de Gattaca, mas continua bem divertido. Curioso ver a Katie Holmes ever como ela, atriz limitada, conseguia bons papéis em ótimos filmes, e estragou tudo por causa daquele casamento bizarro com o Tom Cruise. E por que diabos o filme não existe mais em dvd no Brasil?
Revisto no computador.


Becoming Jane (2007, Julian Jarrold) **

Sem graça e cinzento, a gente aprende que a vida da Jane Austen realment foi chata, muito chata. A coisa ta feia quando dois doa atores jovens mais simpáticos do momento, Anne Hathaway e James McAvoy, aparecm tão sem graça como nisso aqui. Ainda inédito no Brasil.
Visto no computador.


Transformers (2007, Michael Bay) **

Realmente, é um pouquinho (e bota pouquinho nisso) melhor do que as bombas anteriores do Michael Bay, mas sofre de excesso de tolice. Me senti meio idiota vendo um filme de robôs gigantes que fazem amizade com adolescentes, mas é a vida. E é tãooo emocionante que eu dormi perto do final, mas nem precisei voltar pra ver o que tinha perdido.
Visto em dvd.


Valente (The Brave One, 2007, Neil Jordan) ****

Texto já publicado.

Visto no computador (maldita Warner!).


O Grande Lebowski (The Big Lebowski, 1998, Joel Coen) ****

Filme muito bom, tão sem sentido quanto engraçado, talvez o meu favorito dos Irmãso Coen, até agora. Lembro que quando vi em vhs há uns oito anos atrás (Deus...) achei uma bobagenzinha, mas agora acho o filme maravilhoso. E Deus abençoe o Jeff Bridges.
Revisto em dvd.


Bem-vindo ao Jogo (Lucky You, 2007, Curtis Hanson) ***

Curtis Hanson vem mantendo uma carreira digna com filmes de gêneros diferentes, mas bem atuados e conduzidos, e esse aqui não é diferente,. O problema que é um filme simples demais, que desperta atenção mas não marca de jeito nenhum – até o filme do Eminem era mais impactante. Decepcionante, mas também não é ruim.
Visto em dvd.


Nunca é Tarde Para Amar (I Could Never Be Your Woman, 2007, Amy Heckerling) ***

Funciona bem melhor em dvd, e Michelle Pfeifer e Saoirse Ronan juntas é a dupla do ano, nunca vi tanta beleza, carisma e talento juntos.
Revisto em dvd.


Abc do Amor (Little Manhattan, 2005, Marc Levin) ***1/2

Filme muito divertido e interessante, e eu não me lembro de ver um ator infantil tão competente como Josh Hutcherson, um mini-Bem Affleck, mas com a diferença que tem carisma e sabe atuar. Funciona, curiosamente, mais com adultos do que com crianças, e o diretor não disfarça isso.
Revisto em dvd.


Minha Mãe é uma Sereia (Mermaids, 1990, Richard Benjamim) ***1/2

Grande “clássico” da sessão da tarde, pra minha alegria e surpresa funciona muito bem em dvd, e não envelheceu mal. De brinde, a edição brasileira vem com a dublagem da Globo,obaaaaaa.

Winona, o que aconteceu como você?
Revisto em dvd.


Abaixo o Amor (Down With Love, 2003, Peyton Reed) ***1/2

Comédia deliciosa, e a canastrice da Renée Zellwegger caindo como uma luva. O casal David Hyde-Pierce e Sarah Paulson éimpagável, e não entendo como esse filme foi um fracasso. Apesar de algumas piadas vulgares e dispensáveis, um das comédias mais bacanas dosúltimos tempos. E ao dvd é sensacional.
Revisto em dvd.


A Lenda do Tesouro Perdido: O Livro dos Segredos (National Treasure: Book Of Secrets, 2007, Jon Turtetaub) **

Queria ser o Nicolas Cage. Queria ser rico, não ter vergonha na cara, e ser primo da Sofia Coppola.Diversão inane, e por isso inofensiva.
Visto no cinema.


Alguém Tem Que Ceder (Something´s Gotta Give, 2003, Nancy Meyers) ***1/2

Apesar de ser clichezudo e de mostrar tudo que uma mulher de quarenta pra cima quer ver num filme, este filme da especialista em blockbusters para as nossas mães e tias, Nancy Meyers, é bem divertido. Se Javk Nicholson está bem como sempre, o show fica pra a maravilhosa Diane Keaton, deixando Annie Hall bem para trás.

(Dona Myers merecia uma multa por usar tão pouco a grande Francês McDormand, um crime)
Revisto em dvd.


A Casa Amaldiçoada (The Haunting, 1999, Jan De Bont) **

Jan de Bont fez dois ótimos trabalhos sobencomenda (Velocidade Máxima e Twister) e depois deixou a competência em casa. Filme tão cretino e mal feito que acaba sendo divertido. Mas só na tv, de graça e dublado, claro.
Revisto na tv.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Nada de novo no front.

Eu nem comentei o resultado do Oscar né? Nem tô afim. A festa foi um saco, a única surpresa foi o prêmio de...figurino!?!Os musicais, constrangedores. Pelo menos passou rápido e não doeu tanto. E ainda esqueceram do Roy Scheider (o xerife Brody de Tubarão, MEU DEUS, como puderam???!!!) no clipe dos falecidos. A piada com a Cate Blanchett como o pitbull de Onde os Fracos Não Têm Vez que merecia sim uma estatueta, e Ethan Coen, você é ídolo. No mais,me calo para sempre.


Cate pensando: "cala a boca Penélope que eu tô ligada que você dublou aquela música em Volver!"

Orgulho e Preconceito ( ****1/2 )

Hipnose sensorial.

Jane Austen, pelo que consta, teve uma vida amorosa difícil e infeliz –e fizeram até um filme sobre isso, o ainda inédito no Brasil Becoming Jane. Logo, fica fácil entender por que em dois de seus romances mais famosos (Orgulho e Preconceito e Razão e Sensibilidade) as suas heroínas, longe da perfeição, mas mulheres dignas e admiráveis, penam, choram e esperam bastante pelo homem de suas vidas, resultando em finais felizes, e surpreendentemente, nada artificiais.

Ang Lee fez um trabalho maravilhoso na adaptação de Razão e Sensibilidade, fazendo um filme sereno e extremamente bem dirigido, e ao que parece fiel ao espírito da obra. As tramas de Austen podem soar novelescas, mas são traçadas com uma inspiração e delicadeza tão grande que, quando encontram um diretor da estatura de Lee, acabam resultando em filmes acima da média do que se encontra por aí. O romance, o suspense, a sátira social, tudo intacto e moderno. Ouso dizer que este é um filme perfeito, não consigo achar um defeito.

Então vamos a este novo Orgulho e Preconceito. Projeto ousado, afinal a obra já foi adaptada diversas vezes, sendo a versão mais famosa uma minissérie britânica, ainda muito viva na cabeça dos fãs de Austen – infelizmente essa obra nunca chegou no Brasil, mas pode ser conferida por meios alternativos (e pouco ideais) como You Tube.

Quando li a respeito, não me animei muito. Quem diabos é Joe Wright? Keira Knightley consegue segurar o filme como protagonista? O que pode ter de novo aqui? As imagens iniciais não me animaram muito, mas hoje posso dizer que foi uma das melhores sessões de cinema que eu já tive, e o filme se tornou um dos meus favoritos- é um dos filmes da minha dvdteca que eu já vi vários vezes, correndo o risco de enjoar e deixar de lado, mas sei que daqui a pouco já vou querer rever de novo.

O que gosto mais no filme é que a direção de Wright não é nada acomodada, com movimentos de câmera inventivos, planos seqüências que não estão ali por enfeite, mas sim pra servir bem a narrativa, e também o cuidado excepcional que ele dá aos detalhes – a ambientação é perfeita, os closes sensacionais.

Ele escolhe um caminho diferente do de Ang Lee, mas ambas as adaptações são excelentes por não caírem na armadilha da sisudez e da reverência excessiva às obras originais. A energia é sempre presente no filme de Wright, e em nenhum momento a saga se torna novelesca, simplória. E eu nunca vi uma direção de fotografia, mais a expressão de uma atriz e uma trilha sonora trabalharem tão bem juntas quanta na cena -clássica em filmes de época, mas cheia de frescor aqui- como aquela em que a Keira Knightley literalmente se encontra à beira de um abismo, pensando em que caminho sua vida está indo.

Outro ponto de destaque são os atores. Há quem diga que Keira não “entendeu” o papel, o que acho que é uma bobagem, mas realmente talvez ela seja jovem e bonita demais em comparação as descrições da autora. Nada que atrapalhe, e seu sorriso débil funciona bem aqui. A revelação Matthew Macfadyen constrói um Sr. Darcy perfeito, não há o que reparar. Todos estão, resumindo, muito bem, mas é impossível não destacar o patriarca interpretado por um Donald Sutherland excepcional. Que esse cara não tenha levado um Oscar – ou qualquer outro prêmio que seja- por esse filme é algo que nunca entenderei.

Austen pode escrever o que seu público queira ler, mas isso nem de longe é defeito, seus livros acertam na mosca e são tão detalhados, que suas complicações e conseqüentes descomplicações se acompanhem com muita atenção e suspense, e são coerentes com os problemas do lado de cá.

Filme que se assiste com imenso prazer, com imagens hipnóticas e tão bem trabalhadas que é impossível queimpossível não soltar um pqp...que coisa bem feita. Recomendado tanto aos românticos quanto aos céticos, que podem achar isso aqui uma grande comédia. Só não dá pra ficar indiferente.

E Joe Wright é uma das maiores e melhores revelações dos últimos tempos.


*Não relatei a sinopse, como usual. Não sabe? Joga no google.


Pride & Prejudice / Joe Wright / 2005 / (2:35:1)

REDRUMMMMMMM!!!!

- “Murder” (2002), do suíço Thomas G. Em pouco mais de dois minutos, uma cena de “O Iluminado” é exibida em câmera lenta, de trás para a frente, com o menino interpretado por Danny Lloyd repetindo a palavra do título (assassinato).

http://ilustradanocinema.folha.blog.uol.com.br/

eu quero!

sábado, 1 de março de 2008

Filmes de Fevereiro de 2008


1. O Homem Que Sabia Demais ***

2. Felicidade ***

3. O Diário de uma Babá **1/2

4. Piratas do Caribe: O Baú da Morte **

5. Vestígios do Dia ****

6. Hair ***1/2

7. O Iluminado ****1/2

8. Desejo e Reparação ***1/2

9. Juno **1/2

10. A Colheita do Mal *1/2

11. Gattaca – A Experiência Genética ***

12. Orgulho & Preconceito ****1/2

13. Vamos Nessa ***1/2

14. Becoming Jane **1/2

15. Transformers **

16. Valente ****

17. O Grande Lebowski ****

18. Bem-vindo ao Jogo ***

19. Nunca é Tarde para Amar ***

20. Abc do Amor ***1/2

21. Minha Mãe é uma Sereia ***1/2

22. Abaixo o Amor ***1/2

23. A Lenda do Tesouro Perdido: O Livro dos Segredos **1/2

24. Alguém Tem Que Ceder ***

25. A Casa Amaldiçoada **