Eu e o meu monstro
Hulk leva vantagem por ser diferente de qualquer adaptação de uma série dos quadrinhos já lançada, e também por ser um blockbuster autoral e cheio de personalidade, uma espécie muito rara. Dirigido pelo excelente Ang Lee com o mesmo cuidado com o qual ele conduziu suas obras anteriores, o anti-herói da Marvel (popular não só pelos gibis, mas pela série cafona dos anos 70) se vê envolto num mundo cheio de tragédias, conflitos psicológicos, traumas causados pelos pais e outros tipos de dramas que não costumamos ver em super-produções de mais de cem milhões de dólares.
O elenco é outro caso a parte. Para uma atriz como Jennifer Connelly, que tinha acabado de ganhar um Oscar, se meter num filme desse poderia parecer furada, mas o nome de Lee na direção e o roteiro bem armado justificam a presença dela e de outros ótimos atores, Eric Bana incluído. O material é bom, os personagens têm bom tempo de tela, e são cheios de nuances.
A edição de Tim Squyres, simulando a dinâmica dos quadrinhos, é sensacional, e pena que não teve o reconhecimento merecido via prêmios.
A escolha de Lee para dirigir o filme seria estranha se ele não tivesse feito anos antes o hit O Tigre e o Dragão, e há ecos desse filme aqui. O Hulk (da onde veio esse nome?) dá saltos exagerados pelo deserto, vai até o espaço, fica gigantesco e faz citações ao King Kong... tudo é muito bom e mostra uma saudável falta de constrangimento dos realizadores, que cientes das limitações de um monstro verde que não tem muito o que fazer a não ser fazer cara de mau e destruir tudo ao redor, explora o físico da criatura ao máximo, e a câmera do diretor é bem livre.
Trilha muito boa de Danny Elfman, e fotografia bonita e bem cuidada de Frederick Elmes. Outro ponto a favor desse filme, que o diferencia (mais ainda) de outras adaptações de quadrinhos, é o cuidado e a limpeza visual, coisa rara em filmes desse tipo, e que não temos nem mesmo em Homem-Aranha.
Esse aqui se destaca muito em relação a outras séries de gibi por não querer ser mais do mesmo, e se filiar a outros gêneros - no caso o drama psicológico, assim como o também muito bom Batman Begins se filiou aos filmes policiais e de gangsters.
A má notícia: vem aí uma continuação com cara de bomba, dirigida por algum diretor de aluguel inexpressivo, e com Edward Norton (?!) substituindo Eric Bana, e Liv Tyler no lugar de Jennifer Connelly. Ou seja, o nível baixou, e muito, e dá saudade de uma época em que Norton fazia bons filmes, em vez de coisas como Uma Saída de Mestre, Dragão Vermelho, O Ilusionista...
Medo.
O elenco é outro caso a parte. Para uma atriz como Jennifer Connelly, que tinha acabado de ganhar um Oscar, se meter num filme desse poderia parecer furada, mas o nome de Lee na direção e o roteiro bem armado justificam a presença dela e de outros ótimos atores, Eric Bana incluído. O material é bom, os personagens têm bom tempo de tela, e são cheios de nuances.
A edição de Tim Squyres, simulando a dinâmica dos quadrinhos, é sensacional, e pena que não teve o reconhecimento merecido via prêmios.
A escolha de Lee para dirigir o filme seria estranha se ele não tivesse feito anos antes o hit O Tigre e o Dragão, e há ecos desse filme aqui. O Hulk (da onde veio esse nome?) dá saltos exagerados pelo deserto, vai até o espaço, fica gigantesco e faz citações ao King Kong... tudo é muito bom e mostra uma saudável falta de constrangimento dos realizadores, que cientes das limitações de um monstro verde que não tem muito o que fazer a não ser fazer cara de mau e destruir tudo ao redor, explora o físico da criatura ao máximo, e a câmera do diretor é bem livre.
Trilha muito boa de Danny Elfman, e fotografia bonita e bem cuidada de Frederick Elmes. Outro ponto a favor desse filme, que o diferencia (mais ainda) de outras adaptações de quadrinhos, é o cuidado e a limpeza visual, coisa rara em filmes desse tipo, e que não temos nem mesmo em Homem-Aranha.
Esse aqui se destaca muito em relação a outras séries de gibi por não querer ser mais do mesmo, e se filiar a outros gêneros - no caso o drama psicológico, assim como o também muito bom Batman Begins se filiou aos filmes policiais e de gangsters.
A má notícia: vem aí uma continuação com cara de bomba, dirigida por algum diretor de aluguel inexpressivo, e com Edward Norton (?!) substituindo Eric Bana, e Liv Tyler no lugar de Jennifer Connelly. Ou seja, o nível baixou, e muito, e dá saudade de uma época em que Norton fazia bons filmes, em vez de coisas como Uma Saída de Mestre, Dragão Vermelho, O Ilusionista...
Medo.
Hulk / Ang Lee / 2003 / (1:85:1)
4 comentários:
Obaaaaa!!!!! Concordamos em alguma coisa!!! rsrsrsr Já não era sem tempo rsrsrs Hulk é brilhante, pena que meu DVD continua desaparecido... chuif!!! Só não esqueça que o Norton de quando em quando tem lampejos de respeito pela própria carreira e aceita projetos como o daquele ótimo Spike Lee, "A Última Noite"!!! Mas, definitivamente, parece não ser o caso dessa sequencia de Hulk.
O Hulk é um negócio complicado. Dá pra pensar em duas cenas bem simbólicas dessa complicação, I) claro, a luta toda-babada dos cães-hulk e II) aquela, "transforme esse deserto em um estacionamento", daí os helicópteros detonam uma cadeia rochosa inteirinha. O tal do Ang Lee é tão capaz de fazer cenas ruins [essas duas], como de torná-las uma estranha visão sobre tecnologia, quadrinhos, cinema e clichês do gênero... Hulk, assim, livre, é ruim pra dedéu, mas como é do Ang Lee, precisa ser visto com carinho.
Percebi agora que vc tá colocando os formatos da tela... e largou aquele negócio de O MELHOR e O PIOR.
dragão vermelho é muuuuito bom perto dos filmes que estão citados à sua esquerda e à sua direita... rsrs
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