quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Nunca É Tarde Para Amar ( *** )


Michelle salva o dia.

É fácil meter a bomba nesse filme, mas dizer que ele é completamente descartável seria muita rabugentice. Então sejamos práticos: Nunca é tarde para amar é uma sessão da tarde sem grandes ambições, e pode ser considerado até um Patricinhas de Bervely Hills - ótima comédia por sinal, da mesma diretora- para mulheres de 40 anos, mas com um detalhe: chegou ao cinema com dez anos de atraso. Até a trilha sonora remete a filmes que a gente vê de vez em quando à tarde na Globo, pelo menos foi a essa a impressão que eu tive.

Tracey Ullman está irritante como a Mãe Natureza (?) no filme, que solta um outro comentário besta, e as aparições dele jogam o filme para baixo. Há comentários sobre a obsessão pela beleza e a juventude (os créditos mostram tratamentos estéticos bem dolorosos), além da superficialidade de Hollywood, mas a imaturidade do filme depõe contra esses discursos. Então, o que há de bom? Michelle Pfeiffer, claro!

Foi o primeiro filme da atriz que eu vi na telona, e foi o que mais me motivou a encarar a sessão. Michelle já está com 50 anos, e aqui faz uma personagem de 40, de forma convincente. Dona de uma beleza luminosa e nada vulgar, a atriz é um pedaço do que resta de bom no quesito astros de Hollywood. Vê-la atuando lembra uma época mais saudável, onde tais astros sabiam atuar e tinham carisma. Não podemos dizer o mesmo hoje sobre Colin Farrel, Lindsay Lohan e afins...

Também é bom ver um dos primeiros papéis da promissora Saoirse Ronan, que faz a filha pré-adolescente da protagonista. Dona de uma beleza diferente e bem carismática, Saoirse – que vai aparecer em breve nos novos filmes de Joe Wright e Peter Jackson- forma uma dupla imbatível com Michelle, e salva o filme do marasmo.

Há também diversas piadas ácidas contra executivos de Hollywood, Britney Spears e George Bush, através das letras de canções pops parodiadas pela personagem de Ronan, Izzie, mas são elementos um tanto deslocados dentro do filme. Talvez Amy Heckerling quisesse dar um recheio mais substancial ao seu roteiro, embora o resultado seja tímido.

É aquilo: filme perfeito para um sábado chuvoso ou um domingo tedioso.
I Could Never Be Your Woman / Amy Heckerling / 2007 / (1:85:1)

4 comentários:

Julio disse...

Esnobei esse filme nos cinemas, nem sei bem por quê... Acho que por pura preguiça... Gosto razoavelmente de Paul Rudd e de la Pfeifer, mas nunca mais que isso - razoavelmente. Por conta desse gosto meia-sola, fico adiando, adiando e o filme sai de cartaz rsrsrsr Mas thanks God for DVD, não? O que realmente me desperta interesse é isso aqui: http://www.chicagoreader.com/features/stories/moviereviews/2007/071108/ . O Rosembaum só deu uma estrelinha, mas o filme parece promissor. A ver, sem sombra de dúvida. Já sabe quando estréia nos trópicos?

João Daniel disse...

DVD salva vidas!

Rsrsrs.Nunca e tarde para amar não é tão ruim como parece, vale um assistida.

Esse novo dos irmãos Coen é o filme mais elogiado desse ano, com folga, assim como o novo do Sidney Lumet. Essa foi a primeira crítica negativa que eu vi.Onde os Fracos Não Têm Vez estreia só em fevereiro do ano que vem,e eu tô louco pra ver.

João Daniel disse...

Desejo e Reparação (Atonement), o novo do Joe Wright, dividiu bem a crítica,você leu a respeito?

Anônimo disse...

Por que nao:)