sábado, 10 de março de 2007

Instinto Selvagem ( **** )


Dá pra encarar Instinto Selvagem como um remake hardcore da obra-prima de Alfred Hitchcock, Vertigo ( Um Corpo Que Cai). Só que o filme do holandês Paul Verhoeven vai muito além do que o filme de Hitch foi, afinal os tempos são outros. As cenas de morte e sexo são feitas de formas interessantíssimas. A violência é gráfica, e o sexo quase explícito – e, como estamos falando da geralmente quadrada Hollywood, isso é muito bom.

Sharon Stone deve a sua carreira a este filme, e não importa as porcarias que ela vem fazendo há certo tempo, ela sempre será uma grande estrela e será associada ao glamour do cinemão – já virou um mito. Uma cruzada de pernas, sem calcinha, constrói e salva carreiras.

A história em si do filme não é nada do que já não tenha sido visto antes no SuperCine ou no CinePrivé, mas a direção elegante de Verhoeven dá um prazer todo especial de acompanhar a história. Aqui os homens são burros e manipulados por pensarem muito no que não deveriam pensar, e as mulheres são manipuladoras e sacanas, em diversos sentidos.

A abertura do filme é sensacional, quem esperava que aquilo fosse acontecer? A cena da boite, a cena do interrogatório...é uma coleção absurda de momentos muito bons que recheiam o filme e acabam reduzindo a mediocridade do mistério aqui apresentado. O desfecho ambíguo também é algo positivo.

Suponho que Hitch nunca aceitaria filmar este roteiro, com tudo tão explícito, com essa sensibilidade anos 90. O diretor inglês já brincou várias vezes misturando a sensualidade com a elegância,e também já filmou cenas com violência gore, mas creio que isso aqui seria demais para ele. Mas como espectador, teria achado tudo muito bom.

Um dos filmes símbolos dos anos 90, ótimo.

4 comentários:

Anônimo disse...

Ah, sim! Desculpe aí a barbeiragem de comentar seu texto de "Instinto" no post de "Tudo Sobre Minha Mãe". Falha nossa rsrsrs

Anônimo disse...

Cadê os textos novos, criatura??????

Unknown disse...

Eu gostei bastante. O clima é bem Noir, acho que ele poderia entrar na coleção entre, justamente como você falou, algo à là cine privê, e algo como Angel's Heart ou mesmo Blade Runner, que é de uma forma solitária, um Noir Cyberpunk.
Eu prefiro Vertigo de Hitchcock, mas não há como negar o brilhantismo de muitas sequências de sexo e da própria sequência do interrogatório.
A história é interessante e o roteiro é bom, talvez o filme deixe a sensação de estar lendo um livro, já que os diálogos são tão fechadinhos, calculados, o diálogo é um tanto literário. Mas as atações são boas o bastante para encobrir isso da maioria dos espectadores.
Um bom filme, que tal qual um "Fogueira das Vaidades", deve ter por trás, um livro melhor ainda.

Anônimo disse...

Salve,salve as piriguetes!
uhuuuu!

kkkkkkkkkkkk