domingo, 24 de fevereiro de 2008

Valente ( **** )

Jodie's Got a Gun.

Jodie Foster é uma daquelas estrelas muito bem pagas que podem carregar um filme inteiro nas costas, que escolhem muito bem os veículos em que aparecem, pra estelar, assim como o fazem Tom Cruise e Will Smith. Nada contra, afinal é assim que as coisas funcionam, e enquanto resultem em coisas tão divertidas e bem feitos quanto este The Brave One (que Jodie declarou ser um “produto popular”),melhor. É um Desejo de Matar endinheirado, feminista, com pretensões autorais e, digamos assim ,mais família.

A história tem algo de brucutu, com Foster (excelente, como o habitual) fazendo uma radialista de Nova York que, ao passear com o cachorro e o noivo em um parque, é atacada, espancada e entra em coma. Seu namorado morre, o cachorro some. Traumatizada, como de praxe, só passa a se sentir segura com uma arma na bolsa, e ao presenciar um crime brutal, começa a exterminar os bandidos da cidade que cruzam o seu caminho.

Há algo de nonsense e glamourização de violência aqui, e Jordan constrói o filme de modo que torçamos e nos identifiquemos com a mocinha. As questões morais são bem superficiais, e é realmente divertido e vibrante ver Jodie descendo o sarrafo na bandidagem – ela só mata quem não presta. Claro.

O filme me lembrou Tropa de Elite, afinal tem uma trama espinhosa e polêmica a serviço de um cinema de entretenimento, ambos muito bem feitos e funcionais. Mas, embora a visão do diretor do sucesso brasileiro se mostre um tanto turva, afinal ele parece não partilhar do ponto de vista de seus policiais assassinos, mas faz um filme sensacionalista, Jordan não disfarça, e leva bem um roteiro que corrompe até mesmo os personagens do “lado certo” da lei. Não é o caso de se dizer que o diretor compartilha do ideal de que é preciso dar um jeito na bandidagem lá fora, esquecendo meios convencionais, mas ele não se faz de rogado e deixa a reflexão em casa. O espectador escolhe o seu lado – ou não. Difícil, mas tarefa interessante. Poderia ser apenas mais um dvd pro sábado a noite, ou uma excelente sessão do SuperCine, mas é diversão das boas, e ridiculamente vai direto pra dvd no Brasil. Os funcionários da Warner que sim, mereciam um corretivo pra aprender o que fazem.


The Brave One
/ Neil Jordan / 2007 / (2:35:1)

off: Palpites para o Oscar 2008

Faltando poucas horas pra festa do Oscar, com a histeria já devidamente instalada pelo mundo afora, posto meus humildes palpites, vamos ver se erro muito.

Legal que os Irmãos Coen, antes marginais da indústria, sejam agora os favoritos (embora tenha gente que acredita que Sangue Negro e Juno têm chances reais de levar), as coisas andam diferentes em Los Angeles. Não tenho em mente nenhum favorito (dos que concorrem, só assisti Desejo e Reparação, Juno, Ratatouille, O Ultimato Bourne, Piratas do Caribe: O Baú da Morte, Transformers, A Bússola de Ouro e Encantada), mas simpatizo pelos filmes do Coen, mesmo sem tê-lo visto, e também pelo P.T. Anderson, que é um cineasta do qual gosto. Coisa estranha torcer sem ver (daí mudar de opinião depois), mas é o jeito.

Dos que eu vi e concorrem a melhor filme, Desejo e Reparação, com algumas falhas, mas por fim um belo filme, seria uma escolha mais atraente do que o amado Juno, que eu achei apenas razoável – o hype em torno dele está sendo totalmente exagerado. O filme de Joe Wright (que deveria ter sido indicado no lugar do Jason Reitman) deve levar figurino e trilha sonora também.

Só torço contra mesmo o Julian Schnabel, que vai fazer história se levar, afinal o seu filme O Escafandro e a Borboleta não está concorrendo a melhor filme ou filme estrangeiro. E embora na categoria d emelhor atriz ocorra uma forte disputa entre a Julie Christie e a Marion Cottilard, não duvido se a Laura Linney leve a estatueta. Mas zebras nessa categoria não ocorrem há anos, e este tipo de obviedade que o torna o Oscar cada vez mais sem graça. Na categoria de melhor ator, embora muitos apostem o fígado no smepre excelente Daniel Day-Lewis, não duvido nada se der Johnny Depp, afinal depois que ele se tornou lucrativo, virou um queridinho da Academia. De resto estou indiferente à premiação, e espero que seja uma noite divertida.

Aqui vão os palpites:

FILME / DIREÇÃO / ROTEIRO ADAPTADO:

Pra quem eu torço: Onde os Fracos Não Têm Vez
Quem eu acho que leva: Onde os Fracos Não Têm Vez

ROTEIRO ORIGINAL:

Pra quem eu torço: Ratatouille
Quem deve levar: Juno

ATOR:

Pra quem eu torço: Johnny Depp (Sweeney Todd)
Quem deve levar: Daniel Day-Lewis (Sangue Negro)

ATRIZ:

Pra quem eu torço: Julie Christie (Longe Dela)
Quem deve levar: Marion Cottilard (Piaf – Um Hino ao Amor)

ATOR COADJUVANTE:

Pra quem eu torço: Javier Bardem (Onde os Fracos Não Têm Vez)
Quem deve levar: Javier Bardem (Onde os Fracos Não Têm Vez)

ATRIZ COADJUVANTE:

Pra quem eu torço: Tilda Swinton (Conduta de Risco )
Quem deve levar: Tilda Swinton (Conduta de Risco )

Filme estrangeiro e outros: indiferente/não faço idéia.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Filmes de Janeiro de 2008, com comentários

Halloween (2007, Rob Zombie) **

Rob Zombie, provavelmente pra ter uma desculpa por mexer no clássico de John Carpenter, inventou toda uma história pro passado do Michael Myers, e o que era sinistro e misterioso, portanto funcional, vira uma baboseira inútil, que tira parte da aura do psicopata.

Quanto aos sustos, que poderiam ser uma atração a parte, decepção: assistimos indiferentes a violência, mesmo quando Zombie pega pesado. Crítica detalhada mais a frente. E afinal, vai direto pra dvd aqui no Brasil?
Visto no computador.


Escorregando para a Glória (Blades of Glory, 2007, Josh Gordon) **1/2

Mais um grande sucesso do Will Ferrel que estourou nos EUA mas que ninguém, compreensivelmente, viu por aqui. Esse é bastante inferior ao ótimo Ricky Bobby, mas é bem divertido. Jon Heder, com aquela cara de idiota, está impagável.
Visto em dvd.


Ligeiramente Grávidos (Knocked Up, 2007, Judd Apatow) ***

Este novo hit do Judd Apatow foi tão, mas tão elogiado por críticos confiáveis que acabei achandoapenas bom. Esperto, maduro e bem conduzido, é um filme bacana, mas não é tão sagaz quanto O Virgem de 40 Anos, nem provoca tantas risadas como o excelente Superbad, que foi produzido por Apatow. Menos gente, menos.

Ah, e muito bom ver a Katherine Heighl, que poderia estar no limbo dos filmes teens e limitada à tv, aproveitando um papel decente.
Visto no computador.


Antes do Pôr-do-Sol (Before Sunset, 2004, Richard Linklater) *****

Filme que eu admiro demais, e que não adianta elogiar tanto agora, vem um texto aí.
Revisto em dvd.


Histórias Proibidas (Storytelling, 2001, Todd Solondz) ****

Mais um filme ácido do impagável Todd Solondz, e que felizmente é melhor executado do que Felicidade, que é o seu filme mais fraco, embora o mais falado e discutido. O final da segunda história é impagável, um dos melhores que eu vi ultimamente. Pena que á um filme tão pouco conhecido: além das maldades saudáveis, no fundo , de Solondz, há uma bela crítica aqui não apenas em relação ao cinismo e desonestidade de cerats criações artísticas, mas ao lado bonitinho -e fake- da vida que muito cineasta consagrado ainda insiste em imprimir em seus filmes. Impagável.
Visto no computador.

Bem-vindos à Casa de Bonecas (Wellcome to the Dollhouse, 1996, Todd Solondz) ****

O filme que estourou a carreira de Solondz é de uma crueza e sagacidade insuperáveis. Aqui há seqüestro, pedofilia, irmão querendo matar irmão, ameaça de estrupo enter adolescentes, pais que desprezam filhos, mas acredite, é tudo muito engraçado e reflexivo. Deviam passar esse nas escolas.
Revisto no computador.


Clamor do Sexo (Splendor in the Grass, 1961, Elia Kazan) ****1/2

Do mesmo roteirista do sensacional Férias de Amor, e com uma Natalie Wood perfeita, é um belo exemplar de clássico ousado, com uma clareza no que tange a sexualidade que parece não existir mais no cinema mainstream norte-americano. Filme belíssimo, e absurdamente indisponível em dvd aqui no país.
Visto no computador.


Ponte para Terabítia (Bridge to Terabthia, 2007, Gabor Csupo) ***

Bom filme infantil, tocante e tudo mais, que surpreende por deixar as bobagens d elado e ser mais sério do que parece. Podiam fazer mais desses.
Visto em dvd.


À Francesa (Le Divorce, 2003, James Ivory) ***1/2

Delicioso filme de James Ivory, abandonando temporariamente os de época, e colocando um elenco excelente de americanos e franceses pra passear por Paris com ótimas tiradas. Ou você acha essa história de conflitos e preconceitos culturais uma chatice sem fim ou algo muito divertido, o que foi o meu caso. E Naomi Watts, é bom dizer sempre, é maravilhosa.
Revisto em dvd.


Á Sangue Frio (The Ice Harvest, 2005, Harold Ramis) ***

Filme do geralmente bom Harold Ramis, mas que passou despercebido nopaís e foi diretopra dvd. Merecia mais, afinal é bem divertido. Humor negro, Natal e Billy Bob Thorton sempre funcionam bem juntos.
Visto em dvd.


A Bússola de Ouro (The Golden Compass, 2007, Paul Weitz) *

Um dos filmes mais insuportáveis que eu já vi em minha vida, e não quero falar mais sobre isso.
Visto no cinema.

Beleza Roubada (Stealing Beauty, 1996, Bernardo Bertolucci) ***1/2

Bela surpresa esse filme que eu já conhecia “de vista”, mas que só fui ver recentemente e já adicionei à videoteca. Charmoso e muito bem filmado, beira a afetação mas é uma delícia enquanto dura. E por que a Liv Tyler não continuou daquele jeito, hein?
Visto em dvd.


Fonte da Vida (The Fountain, 2006, Darren Aronofski) **1/2

Considerando que este é um daqueles filmes que eu vou ver com total descrença, até que não é tão ruim. Filosofia vagabunda, idéias a frente de seu tempo (risos) e efeitos especias que distraem são algumas das caracteristícas da mais nova afetação de Aronofski, que pelo menos dirige melhor nesse aqui. Hugh Jackman está ótimo, e eu já estou enjoando da Rachel Weizs, ela atua igual em todo filme. Mude de agente ou seja mais criativa.
Visto em dvd.


Retratos de uma Obsessão (One Hour Photo, 2002, Mark Romanek) ***
Bom suspense do clipeiro Romanek, estreiando com segurança no cinema. Robin Willias está ótimo aqui.
Revisto em dvd.


Eu Sou A Lenda (I Am Legend, 2007, Francis Lawrence) **1/2

O filme já começa muito bem com uma ponta surpresa da grande Emma Thompson, e é interessante ver o Will Smith se lascando pela cidade vazia, mas é o típico blockbuster que vai esvaziando rumo ao final, e os efeitos especiais, que de tão mal feitos tiram o foco da história e acabam atrapalhando tudo, o que é muito grave num filme tão caro e hiperdesenvolvido como esse- problema semelhante aconteceu no filme anterior de Lawrence, o Constantine. Este aqui é menos afetado e melhor construído, mas ainda sim com falhas. Desperdício.
Visto no cinema.


Uma Linda Mulher (Pretty Woman, 1990, Garry Marshall) ****

Uma das comédias mais bem executadas que eu já vi, e sempre divertida de rever. Já tem texto no blog.
Revisto na tv.


Legalmente Loira (Legally Blonde, 2001, Robert Luketic) ***

Comédia bem besta e divertida que trouxe mais uma ótima criação de Reese Witherspoon, grande comediante, e não só isso.
Revisto em dvd.


Filhos do Silêncio (Children of a Lesser God, 1986, Randa Haines) ***

Bom drama clássico dos anos 80, com ótima atuação do casal central. Pena que a diretora Haines não decolou, afinal demonstrou competência aqui, principalmente nas cernas de amor
Revisto em dvd.


A Fraude (A Little Trip to Heaven, 2005, Baltasar Kormákur) **

Drama policial bem bestinha, feito por islandeses mas com elenco americano, destacando uma Julia Stiles em boa atuação, naquilo que sua personagem permite. O mesmo não se pode dizer do Forest Whitaker, irritante. E o desfecho do seu personagem beira o patético.
Visto em dvd.


Encantada (Enchanted, 2007, Kevin Lima) **

Bem bobinho, mas que deve funcionar entre as crianças. A Amy Adams está ótima, mesmo que a sua idéia de uma princesa seja a de uma mulher com problemas mentais.
Visto no cinema.


Hannah E Suas Irmãs (Hannah and her Sisters, 1986, Woody Allen) ****1/2

Grande filme de Allen, misturando em doses perfeitas tema como fraternidade, adultério e o medo de morrer, entre outras amenidades. Não o que elogiar sem cair na redundância, o filme é quase perfeito e te deixa com um belo sorriso no finel. Uma obra-prima, que merece ser mais assistida.
Revisto em dvd.


Eu, Você e Todos Nós (Me, You and Everyone We Know, 2005, Miranda July) ***1/2

Uma das grandes sensações do cinema indie anos atrás, este filme da artista plástica Miranda July merece um desconto por parte dos mais cínicos. Bela história de afeto e desilusão, com boas críticas ao mercado de arte moderna no meio, sem falar nas cenas envolvendo a internet e as crianças mais convincentes que eu já vi num filme nos últimos tempos. Bastante eficaz, e com um final belíssimo.
Visto no computador.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Filmes de Janeiro de 2008


1. Halloween (Rob Zombie) **

2. Escorregando Para a Glória **1/2

3. Ligeiramente Grávidos ***

4. Antes do Pôr-do-Sol *****

5. Histórias Proibidas ***1/2

6. Bem-vindos à Casa de Bonecas ****

7. Clamor do Sexo ****

8. Ponte Para Terabítia **1/2

9. À Francesa ***1/2

10. À Sangue Frio (Harold Ramis) ***

11. A Bússola de Ouro *

12. Beleza Roubada ***1/2

13. Fonte da Vida **1/2

14. Retratos de uma Obsessão ***

15. Eu Sou a Lenda **1/2

16. Uma Linda Mulher ****

17. Legalmente Loira ***1/2

18. Filhos do Silêncio ***1/2

19. A Fraude **

20. Hannah e Suas Irmãs ****1/2

21. Eu, Você e Todos Nós ***1/2