quinta-feira, 8 de março de 2007

Borat ( ***1/2 )


De tanto ouvir falar no filme, ver trechos e muita polêmica e discussão, o universo absurdo de Borat já era bastante familiar para mim. E tirando o fato de que eu já conhecia algumas piadas (poucas, para a minha sorte), achei o filme uma das coisas mais engraçadas e interessantes que eu vi nos últimos tempos.

Borat é algo meio insano, pela coragem de despejar na tela os mais variados tipos de preconceitos que muita gente tem,mas poucos admitem. Me lembrou de certa forma uma versão live action de South Park. Judeus, ciganos, gays, texanos, pessoal do Leste Europeu,feministas evitem esse filme, se o senso de humor estiver em falta.

Sacha Baron Cohen é um ator sensacional. Não só pela sua atuação em si, mas pelo jogo de cintura que ele demonstra pra conduzir as situações mais absurdas armadas para o filme. Há aqui um misto de ficção com cenas reais muito bem preparadas, armadilhas pra pegar gente soltando os maiores absurdos, sem saber que está sendo filmada ou sem saber aonde toda situação irá descambar. Se isso é muito curioso, também é um ponto fraco da produção, já que em determinados momentos fica a dúvida de como a situação ocorre, da veracidade do que se passa. Não que isso seja importante ou estrague a diversão, mas me deixou com um pé atrás.

Sem dúvida é uma obra irregular, mas é uma idéia tão inspirada e tem momentos tão sensacionais (a corrida dos judeus,o que é aquilo?) que perdoamos os pontos fracos. E vale lembrar que é um filme anti-caretas.


Agora resta esperar por outro personagem muito bom de Cohen, o repórter de moda austríaco Bruno, figura impagável. Mas agora que todo mundo conhece o comediante, vai ser meio difícil colocar o pessoal do mundo fashion em maus lençóis...
Borat: Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan / Larry Charles / 2006 / (1:85:1)

3 comentários:

Anônimo disse...

Versão live action de South Park... Tivemos a mesma impressão! Talvez por ser o mesmo tipo de humor e mais ainda - de minha parte - por julgar ter visto o nome de um dos caras do South (não lembro se foi o Matt ou Trey Parker) nos créditos do roteiro. Mas acabo de vir lá do IMDB e não vi nada a respeito. Gsoto muuuuito da sequencia do rodeio, do jantar com a visita de Luenell, de TODAS as sequencias do Cazaquistão (sacaneando a visão unificada que o mundo tem do leste europeu) e por aí vai. Mas creio que houve um erro de digitação em seu texto: vc afirma que o filme é "regular" e argumenta com uma posição contrária, criticando justamente sua irregularidade (concordo plenamente). Estou enganado?

João Daniel disse...

Valeu Julio,já corrigi!

Anônimo disse...

Eu concordo plenamente contigo Juaozito. Adorei essa forma de humor auto destrutiva do filme, tipo fala mal dos EUA, mas também esculacha o Kasaquistão.
O cara é muito bom e trash em todos os sentidos.
O que foi aquilo de achar que a Pamela Anderson era virgem?? Surpreendente