domingo, 1 de novembro de 2009

Sobre a minha dvdteca



Meu primeiro contato efetivo com o DVD foi há apenas cinco anos. Antes eu só ficava babando nas prateleiras da finada videolocadora Cinemax, encantado com aqueles títulos e embalagens. Quando passei no vestibular, fiz a minha pobre mãe comprar um aparelho, que está até hoje funcionando bravamente no meu quarto. Os primeiros filmes que eu loquei foram Fale Com Ela e Abaixo O Amor, que hoje figuram na minha coleção particular.

Naquela época eu não ligava para essas coisas de formato de tela, e não me importava quando o aspecto original do filme era modificado. Hoje, quando chego numa locadora e vejo que o filme está em tela cheia ou modificada, prefiro baixar, é mais barato e indolor. Pra comprar um filme “aleijado” assim, tem que tem que ter uma série de bons motivos.

O mercado de DVDs é bem tosco no Brasil. Nós, consumidores, somos tratados que nem amebas, pagando por edições caras e inferiores ao que se encontram no mercado externo. É comum que um filme que saia lá fora tenha uma embalagem elaborada, umas dez horas de extras e imagem e som perfeitos. Aqui, isto é raro. E se há uns, sei lá, cinco anos, os DVDs de estúdio eram lançados com pompa e circunstância, hoje em dia os lançamentos são anódinos. E caros.

Os filmes estão relativamente mais baratos, e o preço está caindo mais rápido depois da fase inicial de lançamento, mas o panorama é de uma pobreza atroz. E se o Blu-ray vem crescendo em oba-oba, e muita gente vem caindo nas armadilhas dos estúdios (compre o Blu-Ray ou morra), o bom e (já?) velho DVD promete manter-se filme nos próximos anos, mas perdendo espaço progressivamente. Então, porque colecionar filmes?

A sensação de ter uma coisa, dela lhe pertencer, é muito valiosa com filmes. O fato de ser uma tecnologia duradoura e prática dá um gás a mais – eu nunca me interessei em colecionar VHS, mas tinha alguns poucos títulos gravados da TV em casa. Que logo foram adicionados a minha dvdteca, quando saíram em disco. Mas não é o caso de apenas ter. Comprar e guardar um filme, e tê-lo sempre a mão, dá uma sensação de intimidade com aquela obra. Sem falar no prazer que é olhar pra prateleira e reconhecer os títulos que você admira e lhe trazem boas lembranças. Acho lúdico.

Quem começou a comprar filmes logo quando a tecnologia saiu tem uns pepinos em casa. Se este tipo de colecionador pode ter títulos hoje em dia raros, ou que simplesmente pararam de ser produzido (e, fora a questão de direitos de distribuição, aparentemente não há nenhuma explicação decente para tal fato), é bem provável que ele também tenha produções sem extras e com imagem não tão boa.

Acompanhar o ritmo das distribuidoras brasileiras cansa. Uma parte considerável dos títulos que eu tenho são edições especiais, ou seja, foram relançadas, dando lugar a edições anteriores sem nenhum extra ou atrativo especial. E até mesmo algumas edições especiais que eu possuo já foram seguidas por outras edições especiais, com imagem remasterizada, mais extras, capa diferente ou o escambau!Cuidado e paciência são essenciais.

Encontrar um dvd barato pode ser questão de sorte ou de pesquisa. Já comprei títulos por R$80 e por R$2,12. Muitos filmes pelos quais paguei entre R$20 e R$45 são facilmente achados por R$13 ou até menos hoje em dia. Se eu colocar no papel a quantidade de dinheiro que teria economizado se tivesse esperado semanas, meses ou até mesmo anos para comprar um filme, bom, eu enlouqueceria. Mas estas coisas não dão para prever. E filmes que eu deixei passar simplesmente não estão mais disponíveis.

Agora que eu continuo pobre, mas mais criteriosoe comedido, um filme só entra pro meu acervo se, além de eu gostar muito dele, obviamente (mas gostar mesmo, de amor verdadeiro, não de paixão), ele tiver o aspecto de tela original preservado, com qualidade razoável de imagem. Dublagem em português não é obrigatória, comentários do diretor são bem-vindos. Filme sem nenhum extra? Bom, a exceção dos filmes do Woody Allen, que absurdamente não tem material adicional em nenhuma parte do mundo (que eu saiba), eu não compro mais nada que não venha com algum tipo de material especial. É melhor baixar da internet e gravar em uma mídia. Fica aqui a lembrança da Lume Filmes, um exemplo ilustrativo: independente e bem intencionada, parece uma filial brasileira da Criterion Collection, lançando filmes importantes, “esquecidos” pelas distribuidoras brasileiras. Mas eles nunca lançam filmes com extras. Gostaria de ter vários filmes do acervo deles, mas para quer vou pagar caro só pra ter o filme numa capa estilizada? Not. Prefiro baixar e gravar numa mídia.

Poderia escrever mais uns quinze parágrafos sobre o mercado brasileiro e a minha relação com os disquinhos digitais, mas paro por aqui, por enquanto. Então, todo esse lenga lenga desconexo apenas para anunciar que, para evitar o abandono do blog, vou começar a postar uma série de textos sobre os filmes que tenho em DVD – e, sempre que possível, uma análise curta sobre as características especiais de cada disco.

Quanto aos filmes já resenhados no blog, volto a eles em textos menores. Isso vai servir também como um incentivo para eu ver os meus filmes “encalhados”, DVDs que eu comprei, mas ainda não assisti ou revi. Adoro saber quais são os filmes que os outros possuem, acho que analisar a dvdteca alheia diz uma ou outra coisa sobre aquele cinéfilo, mas agora vai ser a minha vez de expor meus títulos e refletir sobre eles.

Fotos atualizadas da minha dvdteca aqui.

3 comentários:

Gore disse...

Estou navegando na sua DVDteca right now rsrss

Rafael Carvalho disse...

Engraçado que eu não sou dos maiores fãs do DVD, no tenho tanta vontade assim de ter tantos em casa. Compro muito pouco até porque não tenho dinheiro para isso.

João Daniel Oliveira disse...

Rafael, também compro de ousado, rs, tenho até diminuído o ritmo. Acho que colecionar, com propriedade e comprando realmente o que você admira, é muito gratificante.