David Cronenberg transforma um roteiro que poderia resultar em um bom SuperCine em um filme excepcional, estranho, excitante, lindamente filmado e espertamente enxuto, que ainda nos diz uma ou duas coisas sobre os instintos do bicho humano. E o que é aquele final?
O Segredo de Brockeback Mountain
Romântico sem ser piegas; melancólico, mas sem emoções baratas. O grande Ang Lee passeia pela América rural e sufocante numa história de amor e tesão reprimidos, mentiras sinceras e a falta de coragem para assumir a vida que se quer ter, além dos sacrifícios que se fazem pela família. Como se tudo isso não bastasse, cada característica do filme, das atuações a trilha sonora, é maravilhosa. E não se enganem: não é o Coringa, mas sim o Ennis Del Mar,a atuação definitiva do falecido Heath Ledger.
Não é preciso sentir uma identificação pessoal para apreciar um filme, mas quando isso acontece é realmente um acontecimento gratificante. Retrato ao mesmo tempo ácido e afetuoso de um período muito especial e confuso da vida, Noah Baumbach mostra que não é mesmo fácil ser pai, mãe, irmão...e filho.Família, família...
Quando li que o excelente romance de Jane Austen ganharia mais uma adaptação, fiz cara feia. Eis que num domingo vou ao cinema assistir esta versão feita pelo estreante em cinema Joe Wright e saio com um sorriso estampado no rosto. Difícil escolher o que é melhor: a esperteza e o otimismo de Austen, ou o visual e a energia contagiante trazida pelo diretor. Trilha sonora de arrepiar de tão bela.
Mais um caso de um ótimo diretor revelado ao mundo em um filme que foi uma grata surpresa. Muito obrigado Judd Apatow. Steve Carell, você é genial. Agora fica a dúvida: qual destes dois, também roteiristas, teve a ideia sensacional de encerrar o filme homenageando/escrachando com Hair?
Caché
Meu primeiro contato com Michael Haneke. Impressionante, e me fez pensar: preciso ver tudo o que esse cara já fez. Mas não sei se tenho coragem.
Woody Allen acordando com pouco bom humor- e gostando disso. Gosto da Scarlett Johansson, mas é inevitável pensar em como esse filme seria com a Kate Winslet, que desistiu do papel. Deixa um gosto amargo na boca, e talvez seja esquemático demais. Mas quem disse que isso não é intencional?
Hipnose sensorial by Terrence Malick. Quando chegar a madrugada, me passe umas cervejas e aperte o play.
Miranda July, precisamos de um novo filme seu. Admito que alguns desdobramentos deste aqui não me agradaram muito, mas é um filme tão esperto, doce e interessante que é difícil não gostar. Independente sem ranço.
Ser uma coisa e querer ser outra, de tal modo que viver pode até ser um martírio. E enfrentar o passado, com todas as dores que isso possa causar. Embora o tema evidente seja o transsexualismo, sem enfeites, de forma direta e sem dourar a pílula, não deixo de pensar que o filme de Duncan Tucker, muito divertido, cruel e cativante ao mesmo tempo, funcione como uma bela ode ao anticonformismo. Vai doer?Vai. Mas antes isso do que ficar parado.
Também gostei de: Cidade Baixa, Amor em Jogo, A Prova, King Kong, De Tanto Bater o Meu Coração Parou, Guerra dos Mundos, A Outra Face da Raiva, Batman Begins, A Noiva Cadáver, Por Conta do Destino, O Mundo de Jack & Rose.
Ainda não vi, mas sinto que posso gostar de: Meu Amor de Verão, Reis e Rainha, Mal dos Trópicos, Boa Noite e Boa Sorte, Junebug, 2046, Wallace & Gromit em A Batalha dos Vegetais, O Castelo Animado, Impulsividade.
2 comentários:
Muito me interessa esse de Terrence Malick, até porquê, o lance é assistir filmes hipnóticamente e de madrugada hahhaa
Bom post, começando com Cronenberg!! rss
falando em Cronemberg, um multiplex daqui passou os 3 melhores de 2008 segundo os críticos locais... daí vi Senhores do Crime em película, e de graça! xique
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