quarta-feira, 1 de abril de 2009

Dez de 2005

Marcas da Violência

David Cronenberg transforma um roteiro que poderia resultar em um bom SuperCine em um filme excepcional, estranho, excitante, lindamente filmado e espertamente enxuto, que ainda nos diz uma ou duas coisas sobre os instintos do bicho humano. E o que é aquele final?

O Segredo de Brockeback Mountain

Romântico sem ser piegas; melancólico, mas sem emoções baratas. O grande Ang Lee passeia pela América rural e sufocante numa história de amor e tesão reprimidos, mentiras sinceras e a falta de coragem para assumir a vida que se quer ter, além dos sacrifícios que se fazem pela família. Como se tudo isso não bastasse, cada característica do filme, das atuações a trilha sonora, é maravilhosa. E não se enganem: não é o Coringa, mas sim o Ennis Del Mar,a atuação definitiva do falecido Heath Ledger.

A Lula e a Baleia

Não é preciso sentir uma identificação pessoal para apreciar um filme, mas quando isso acontece é realmente um acontecimento gratificante. Retrato ao mesmo tempo ácido e afetuoso de um período muito especial e confuso da vida, Noah Baumbach mostra que não é mesmo fácil ser pai, mãe, irmão...e filho.Família, família...

Orgulho & Preconceito

Quando li que o excelente romance de Jane Austen ganharia mais uma adaptação, fiz cara feia. Eis que num domingo vou ao cinema assistir esta versão feita pelo estreante em cinema Joe Wright e saio com um sorriso estampado no rosto. Difícil escolher o que é melhor: a esperteza e o otimismo de Austen, ou o visual e a energia contagiante trazida pelo diretor. Trilha sonora de arrepiar de tão bela.

O Virgem de 40 Anos

Mais um caso de um ótimo diretor revelado ao mundo em um filme que foi uma grata surpresa. Muito obrigado Judd Apatow. Steve Carell, você é genial. Agora fica a dúvida: qual destes dois, também roteiristas, teve a ideia sensacional de encerrar o filme homenageando/escrachando com Hair?

Caché

Meu primeiro contato com Michael Haneke. Impressionante, e me fez pensar: preciso ver tudo o que esse cara já fez. Mas não sei se tenho coragem.

Ponto Final

Woody Allen acordando com pouco bom humor- e gostando disso. Gosto da Scarlett Johansson, mas é inevitável pensar em como esse filme seria com a Kate Winslet, que desistiu do papel. Deixa um gosto amargo na boca, e talvez seja esquemático demais. Mas quem disse que isso não é intencional?

O Novo Mundo

Hipnose sensorial by Terrence Malick. Quando chegar a madrugada, me passe umas cervejas e aperte o play.

Eu, Você e Todos Nós

Miranda July, precisamos de um novo filme seu. Admito que alguns desdobramentos deste aqui não me agradaram muito, mas é um filme tão esperto, doce e interessante que é difícil não gostar. Independente sem ranço.

Transamérica


Ser uma coisa e querer ser outra, de tal modo que viver pode até ser um martírio. E enfrentar o passado, com todas as dores que isso possa causar. Embora o tema evidente seja o transsexualismo, sem enfeites, de forma direta e sem dourar a pílula, não deixo de pensar que o filme de Duncan Tucker, muito divertido, cruel e cativante ao mesmo tempo, funcione como uma bela ode ao anticonformismo. Vai doer?Vai. Mas antes isso do que ficar parado.

Também gostei de: Cidade Baixa, Amor em Jogo, A Prova, King Kong, De Tanto Bater o Meu Coração Parou, Guerra dos Mundos, A Outra Face da Raiva, Batman Begins, A Noiva Cadáver, Por Conta do Destino, O Mundo de Jack & Rose.

Ainda não vi, mas sinto que posso gostar de: Meu Amor de Verão, Reis e Rainha, Mal dos Trópicos, Boa Noite e Boa Sorte, Junebug, 2046, Wallace & Gromit em A Batalha dos Vegetais, O Castelo Animado, Impulsividade.

2 comentários:

.'.Gore Bahia.'. disse...

Muito me interessa esse de Terrence Malick, até porquê, o lance é assistir filmes hipnóticamente e de madrugada hahhaa
Bom post, começando com Cronenberg!! rss

heron disse...

falando em Cronemberg, um multiplex daqui passou os 3 melhores de 2008 segundo os críticos locais... daí vi Senhores do Crime em película, e de graça! xique