terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

A Dama na Água ( * )


Depois que colocou na cabeça que era uma espécie de Steven Spielberg com genes de Hitchcock, M. Night Shyamalan foi ao espaço e aparentemente ainda está em órbita . Os seus dois últimos filmes definitivamente não têm os pés no chão, e isso não é bom.

Até agora só vi A Vila e A Dama na Água uma vez cada, no cinema, sem uma merecida revisão em dvd. Mas creio que não vou mudar muito de idéia, penso que são obras com pontos interessantes mas extremamente falhas.

A Vila, com aquele final presunçoso que conquistou muita gente, foi uma grande decepção para mim. Senti uns arrepios na espinha durante a projeção, infelizmente bem menos do que o esperado, e me manteve interessado, até a Bryce Dallas Howard descobrir uma ou duas coisas que levam o filme a um rumo que eu achei extremamente forçado e bizarro, que quer dizer algo sobre o mundo de hoje, mas que acaba dizendo apenas como o seu diretor viaja demais. Regular.

Já com A Dama na Água o diretor perde o controle de uma vez. Ver esse filme foi quase uma tortura.Que diabos de roteiro é esse? Não falo da história em si, mas do texto absurdo e sem lógica, que tem a cara de pau de implorar de forma bem direta “que as pessoas acreditem na história”, ou algo do tipo. Os filmes de Shyamalan sempre têm um ou outro furo , mas aqui já é demais. Quem consegue se encantar com o clima de fábula que o diretor tenta construir aceita os absurdos que são despejados na tela. Eu não.

Faltou uma história consistente, faltou encanto de verdade. Não vou nem reclamar dos sustos cretinos que não funcionam, ou do crítico de cinema rabugento, personagem ridículo , ou nem mesmo do próprio diretor atuando, uma lástima. Mas sim da desfaçatez da coisa toda, um samba do indiano doido capaz de arruinar a boa vontade que se tem com os filmes anteriores de Shyamalan.

Uma grande decepção, afinal é uma sinopse que tem potencial. O elenco é bom, mas as atuações são pífias. O cenário da históra – o condomínio com aquela piscinona no meio – é até bem aproveitado e é uma das poucas coisas que funcionam. Ao que parece Shyamalan contou com pouco dinheiro aqui, a jullgar pelo acabamento dos efeitos especiais. Enfim, uma obra perdida, não terminada, que tiraram do papel e resultou nesse filme capenga e autoindulgente.


Muita gente gosta, e até entendo o por que. Mas os artifícios que o diretor usou aqui não foram suficientes para que eu fizesse vista grossa para os muitos defeitos da obra.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Finalmente foi!


Bom, apesar do resultado pífio (um filme que não merecia ganhar,mas qual a novidade nisso?), gostei do Oscar 2007. Aos que reclamam que Martin Scorsese foi agraciado por um filme menor, pior seria se ele tivesse ganho por Gangues de Nova York ou O Aviador, filmes ainda mais falhos que Os Infiltrados. E melhor ainda que Babel foi reduzido ao prêmio de trilha sonora, e só.

Muito bom ver Scorsese desencalhando, mas também não precisava deixar tudo mais explícito do que já era ,colocando no palco para apresentar o prêmio o trio Spielberg, Lucas e Coppola.

Peter O´Toole não teve a mesma sorte de Scorsese, e os membros da Academia não ficaram com pena dele, dando o prêmio para o bom Forest Whitaker. Helen Mirren ganhou, como o esperado, e Jennifer Hudson também, talvez por falta de opção. Veremos quantos filmes (e o nível deles) ela fará nos próximos anos.

O Labirinto do Fauno foi surpreendentemente o segundo mas premiado da noite, ganhando 3 prêmios técnicos- é muito bom ver esses prêmios sendo dado para um filme mexicano e não um blockbustaer americano, a despeito do fato de que os técnicos que trabalharam em Fauno também trabalham no cinemão de Hollywood. O diretor de fotografia Guillermo Navarro (que já assinou um Tarantino, Jackie Brown) passou a perna no excelente –e,olha só,também mexicano – Emannuel Lubezki (que concorria por Filhos da Esperança). Isso não foi legal, afinal Lubezki é um dos melhores cinematographer da atualidade, era o favorito, e fez trabalhos excepcionais em A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça e O Novo Mundo.
Ironicamente, o diretor de Fauno, Guillermo Del Toro, saiu de mãos vazias, perdendo em roteiro e filme estrangeiro – o comitê que seleciona os filmes dessa categorias gostam de ser malvados, e escolheram o elogiado A Vida dos Outros, da Alemanha. Mas não indicar Volver esse ano foi um absurdo tão grande que esse resultado não surpreende.

Um dos filmes mais massacrados do ano passado, Maria Antonieta, levou o prêmio de melhor figurino, e Milena Canonero, antiga colaboradora de Stanley Kubrick, agradeceu ao mestre, muito bom esse momento . As apresentadoras dessa categoria e estrelas de O Diabo Veste Prada, Anne Hathaway e Emily Blunt(que deveria ter sido indicada como coadjuvante) esperavam que a estatueta fosse para o seu filme, e devem ter ficado com a cara no chão quando leram que o prêmio era para outro filme(viu como o Oscar é sacana?), mas foi muito bom vê-las contracenando com Meryl Streep,na platéia fazendo cara de escrota, igualzinho como se vê no filme. Impagável.

O que mais dizer? Visual cafona, festa chata, Ellen DeGeneres (que cara engraçada a dessa mulher) tímida porém eficiente (cadê o Jon Stewart?), tudo muito óbvio.

Os clipes desse ano homenagearam os roteiristas (editado por Nancy Meyers, que colocou várias imagens do seu Alguém Tem Que Ceder), a sociedade americana (Michael Mann foi o responsável, citando o seu Ali) e os filmes estrangeiros ( esse foi feito pelo Giuseppe Tornatore, que colocou diversas cenas do seu inesquecível Cinema Paradiso).

Curioso, na minha opinião o único prêmio realmente merecido que Os Infiltrados levou foi o de direção mesmo, já que Scorsese conduz de forma brilhante um filme que beira o banal e coisas piores. A edição de Vôo 93 é mais interessante e difícil, o roteiro do filme é artificial e é uma adaptação que pega muito do filme original e com certeza não é o melhor filme do ano(afinal, como decidir isso?). Mas já estamos vacinados contra o Oscar, e a partir do momento em que se entende como o jogo funciona tudo se torna mais razoável.

Prêmio de marketing, da indústria, de propaganda, de autocelebração, não importa, tudo ali não passa de fogos de artifício. É divertido de ver, mas é bom não cair na armadilha de pensar que eles realmente premiam os melhores. Vai ver nem os eleitores da Academia acreditam mesmo nisso.

domingo, 25 de fevereiro de 2007


Não há unanimidade na categoria melhor filme,blá blá blá, e outros papos que já encheram o saco, então o post é só pra registrar os chutes e ver depois se eu viajei muito.

filme
quem ganha:Os Infiltrados
quem eu votaria: A Rainha, mas por falta de opção.

direção
quem ganha:Martin Scorsese
quem eu votaria:Martin Scorsese

atores
quem ganha:Peter O´Toole/Alan Arkin
quem eu votaria:Peter O´Toole/Alan Arkin

atrizes
quem ganha:Helen Mirren/Jennifer Hudson
quem eu votaria:Kate Winslet/Cate Blanchett

roteiros
quem ganha:Pequena Miss Sunshine/Os Infiltrados
quem eu votaria:O Labirinto do Fauno/Pecads Íntimos

Tudo isso foi muito preguiçoso e absurdo, já que vi pouca coisa, mas é só pra constar. E sou um dos poucos que acreditam que o Peter O´toole leva. E não duvido nada se der DiCaprio. Oscar muito imprevisível mesmo, mais do que o habitual.

E, em melhor filme, que dê qualquer um, menos Babel. E, se der mesmo Peqena Miss Sunshine, vai ser o resultado mais bizarro do Oscar em todos os tempos, junto a Crash. E não me refiro apenas á qualidade do filme, depois explico o que acho.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

As Horas ( ** )


As Horas é um bom filme, mas claramente quer ser bem mais do que é. É bom ver esse tipo de filme, feito para ganhar prêmios, anos depois que o bafafá das premiações já passou, e só resta a obra em si, sem aquele carimbo de indicações e vitórias influenciando a opinião de quem o assiste.

Chega de sinopses aqui. Não tenho paciência, e não é nada que o Google não resolva

Temos aqui Nicole Kidman lidando com um futuro negro, Julianne Moore exrtremamente infeliz com o presente e Meryl Streep presa e saudosa ao passado.

A atuação de Kidman talvez seja realmente boa, mas não posso afirmar com certeza. Não é injustiça com a atriz dizer que ela deve o Oscar e outros prêmios que ganhou àquela maquiagem carregada que a deixou parecida com Virginia Woolf. Meryl Streep interpreta Meryl Streep, e por isso mesmo é muito boa, e Julianne Moore contginua sendo aquela atriz inspirada de sempre. Ou seja, o trio feminino principal e os diversos coadjuvantes de prestígio variam do bom ao excelente, com a cada 10 minutos um bom ator entrando em cena e deixando sua marca no filme.


É um filme de atores e daria uma excelente peça teatral. Só que a direção do inglês Stephen Daldry (Billy Elliot) é carregada e solene, assim como a trilha sonora, tornando uma experiência um tanto angustiante, mas pelos motivos errados.


Sem dúvida é um filme que quer ser melancólico, e o consegue, mas as emoções aqui soam friamente calculadas.

E afinal, sobre o que mesmo As Horas trata? Homossexualidade? Depressão? O peso de carregar uma família, ou a falta que uma faz? Tudo isso, nada disso?

Fica a dúvida no ar. Se o filme tivesse por trás alguém mais preocupado em ser sincero e conciso e menos em agradar a muitos, o resultado seria mais satisfatório.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça ( *** )


Lá no fundo Tim Burton continua sendo aquela criança estranha e sedentária que passava todas as tardes vendo filmes classe B na televisão, fornecendo material fértil pra sua cabecinha levemente insana. E a sua maior qualidade é fazer filmes bacanas pra toda uma nova geração de crianças preguiçosas e também para os mais velhos que sentem nostalgia por esse lado da infância, cheio de filmes fascinantes.
Seus melhores trabalhos são frutos dessa habilidade e sempre carregam um pedaço de nostalgia e estranheza que destaca os seus filmes entre os muitos infantis e fantasiosos que são cuspidos todos os anos nos cinemas. A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça é um de seus melhores trabalhos justamente por ser um mix de tudo o que agradava Burton quando criança, e que o fez se apaixonar por cinema.
O roteiro é bem estruturado mas irregular, indeciso entre o terror e a comédia negra, o que acaba tornando o filme nada mais que uma aventura com toques góticos, não um filme de terror, como deveria ser. Só que esse defeito é compensado pelo clima levemente tenso e cheio de atmosfera que Burton imprime ao filme. O visual é simplesmente extraordinário, e o filme hipnotiza com tanta beleza. O mistério não importa tanto, o tal Cavaleiro Sem Cabeça não assusta nem criança de 5 anos, mas o que fascina aqui é acompanhar essa história envolvente, uma lenda urbana das mais fascinantes, conduzida por um mestre.
O elenco, cheio de veteranos do cinema inglês – inclusive dos filmes B- está ótimo. Johnny Depp, como o incrédulo policial Ichabod Crane, é um capítulo a parte. Depp entrega mais uma atuação bizarra e fascinante ao mesmo tempo, cheio de trejeitos que quase por mágica, não repelem o público do ator, mas causa uma identificação imediata com o personagem. Já Cristina Ricci tem a estampa certa para o filme, mas sua atuação é fraca. Winona Ryder, cadê você?
Ótima pedida pros Halloweens e pro Natais da vida.
E é uma pena que na tv esse filme passe só na madrugada, e não na sessão da tarde e afins, talvez pela violência de algumas cenas. Uma geração merecia crescer vendo isso. Mas,sempre teremos o dvd pra suprir essa falha.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

O Amor Não Tira Férias ( *** )


Kate Winslet é uma jornalista inglesa que leva um choque quando o seu caso, e colega de jornal, fica noivo de outra na frente dela – e de toda a redação. Resolve tirar férias para esquecer o canalha. Cameron Diaz é uma americana,editora de trailers de filmes,que fica puta da vida quando descobre que o seu namorado a traiu, e decide tirar férias para descansar e se conhecer melhor. As duas se encontram num site de troca de casas na temporada de fim de ano, e assim Kate vai parar numa mansão em Los Angeles, e Cameron num chalé no interior da Inglaterra. Simples como a vida.
Como Diaz é neurótica, vai querer ir embora no dia seguinte, mas encontra em Jude Law um bom motivo para ficar . Já Winslet acha tudo extraordinário (inclusive a dvdteca da casa, garota esperta) e ainda faz amizade com um roteirista aposentado que mora na vizinhança.


Espécie de continuação do filme anterior da diretora, o também muito bom Alguém Tem Que Ceder, O Amor Não Tira Féria é puro colírio para cinéfilos, ainda mais para os românticos. Há aqui uma editora de trailers, um roteirista aposentado e um compositor de trilhas sonora. Já os ingleses trabalham com jornais e livros, afinal na Inglaterra não há cinema.
Apesar do esquematismo absurdo do roteiro, a diretora Nancy Meyers sabe como colocar direitinho a platéia no bolso, infelizmente com personagens que só poderiam existir mesmo do lado de lá da tela. Vejamos o caso do personagem de Jude Law. Como se já não bastasse ter a estampa do ator inglês, ele tem duas filhas pequenas e encantadoras em sua bela casa, é um viúvo sensível, pai perfeito, rico e bom de cama. Hollywood.
Ele e Cameron Diaz formam o casal irritantemente perfeitex e artificial, mas os dois funcionam juntos. Já Kate Winslet tem que lidar com cenas ridículas, como as em que ela sai correndo louca de felicidade pela casa de Diaz, mas se sai delas com a dignidade habitual. Puta atriz essa mulher, e provavelmente a melhor de sua idade hoje. Winslet tem que fazer par com Jack Black , que não é exatamente um galã, e talvez por isso mesmo o seu personagem funcione, afinal é definitivamente mais Zé Povo que Law, e não anda pelo filme como se tivesse um espelho em todo lugar.

As referências cinematográficas são jogadas para a platéia a toda hora, e isso é muito bom, mas fica a impressão de que pouca gente dentre os que estão vendo o filme conseguem entendê-las, Ficou mais do que óbvio para mim qual era a profissão de Diaz no filme, mas escutei depois na fileira anterior alguém dizer “que ela fazia filmes”. Provavelmente o dialógo posterior em que ela explicita que está cansada de editar trailers foi escrito para deixar tudo claro para esse tipo de espectador. No mais é um prazer ver a personagem de Winslet deslumbrada com a centena de dvds na sala de tv de Diaz, e escolher para assistir Embriagado de Amor.Essas coisas me fazem feliz.
Obs:ótimas as piadas com o trailer que a Cameron Diaz edita no começo do filme, e com um grande veterano de Hollywod e seu filme mais famoso, só vendo mesmo.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007


Comentários ligeiros dos últimos filmes vistos e revistos até agra em fevereiro:

Cinema:
Happy Feet: uma bela de uma surpresa. Pensei que o interessante seria apenas o visual, mas há muito mais aqui, inclusive um terço final que beira o tenebroso. Não leve criança pequena.

Déja Vu: Denzel Washington ficou mais rico fazendo isso, e eu fiquei mais pobre pagando praver. Mas fãs de Efeito Borboleta irão adorar, contudo.

O resto só em dvd:

Réquiem Para um Sonho: Propaganda totalmente careta,parece até peça governamental: “DON’T USE THE FUCKING DRUGS!”. Dispenso. Mas as cenas em que a Jennifer Conelly se dá mal são realmente muito boas.

Drácula de Bram Stoker: Mis uma prova de que existe vida além da Sicília para Francis Ford. Gary Oldman está sensacional no papel, e foi um dos últimos filmes realmente bacana da Winona Ryder (que será assunto para um post futuro). Reparem na Mônica Belucci como uma das vampiras safadas. E o Keanu Reeves está péssimo como o habitual.

A Noite dos Mortos Vivos: Remake do clássico de George Romero, que a cada fotograma deixa bem claro como está feliz por ser um filme vagabundo e de sustos fáceis. Boa diversão.

Abaixo o Amor: Impagável recriação das inocentes comédias românticas dos anos 60, que infelizmente tem que apelar para a vulgaridade em certos momentos. O elenco está perfeito (as caretas da Renée Zellwegger foram feitas para este filme) e o Ewan McGregor prova que é o ator mais versátil da área.

O Pianista: Bom filme do Roman Polanski, e uma resposta ao sentimentalóide Lista de Schindler. Aqui não há um fotograma piegas, fato pelo qual agradecemos- o que ainda é mais surpreendente, pois Polanski realmente é um sobrevivente do Holocausto, enquanto Spielberg estava tomando cereal com leite em casa.

Meninos Não Choram: É um susto constatar como é realmente impressionante a atuação de Hilary Swank nesse filme, ainda mais depois de vê-la posar de femme fatale em Dália Negra. Chloe Sevigny também está maravilhosa nessa paulada sobre tentar ser o que não é, e pagar por isso. Filme da impecável safra 1999 (Quero Ser John Malkovich, Clube da Luta, Vamos Nessa, Eleição, O Sexto Sentido, Fim de Caso, A Bruxa de Blair), e um dos filmes mais marcantes do cenário indie americano.

Oldboy: Esquisito e violento, é um filme que faz doce pra chegar onde quer chegar, mas é bom mesmo assim. Façam logo um remake com o Sean Penn!


Meninas Malvadas: O roteiro da comediante Tina Fey é sensacional até os vinte minutos finais, quando o texto contradiz o que foi mostrado até aquele ponto. Mas ainda sobra uma comédia ácida e diferente, que pega de surpresa quem esperava algo no estilo John Hughes – que foi piorado nos anos 90 por bombas estreladas por Freddie Prinze Jr. e outros inúteis.

Vanilla Sky: Talvez a melhor direção do Cameron Crowe até agora, afinal ele sempre foi mais escritor do que realizador Mais o filme sofre com a habitual obsessão de Crowe por música pop, e a trilha sonora acaba irritando e virando uma muleta para contar a históri. Um momento triste?R.E.M.!Alegria?U2!Euforia?Jeff Buckley!. Não tem quem agüente. E ou você acha o final a coisa mais ridícula do mundo, ou acha apenas uma bobagem- se você achar aquilo uma sacada genial, faça-me o favor...Mas há coisas boas aqui.
OBS: Por esse filme a Cameron Diaz concorreu ao Globo de Ouro e ao Sindicato dos Atores. Já a Penny Cruz foi nomeada ao Framboesa de Ouro. Maldade,né?
OBS2: Que música idiota e nada a ver é aquela do Paul McCartney que toca nos créditos?

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

God Bless The Dvd


Creio que todo cinéfilo tenha uma lista de “filmes que nunca cansamos de ver”, e eu também tenho a minha,claro. E Deus abençõe o dvd.
Da minha coleção particular, os 5 que mais tocam no player são:

Os Sonhadores (The Dreamers,Bernardo Bertolucci,2003): Quase um guilty pleasure, afinal The Dreamers não é essas coisas todas que muita gente acredita, mas também está longe de ser a banalidade que foi considerada por muita gente entendida. Mas como resistir à história recheada de momentos “graças a Deus sou cinéfilo”, e ao clima de nostalgia (fake,mas ta valendo) de uma época que talvez tenha mudado muita coisa, mas não me pergunte o que.
O DVD:Edição excelente da Fox.Imagem perfeita,obviamente.Quanto aos extras, um clip com o Michael Pitt cantando, um interessante making of e um featurette sobre o Maio de 68.Alguém sabe qdo Amantes Constantes sai em dvd?

Razão e Sensibilidade (Sense and Sensibility,Ang Lee,1995): Dez anos antes de Orgulho e Preconceito, fãs de Jane Austen foram presenteados com uma adaptação enxuta e brilhante, que revelou dois grandes talentos para o público: o diretor Ang Lee e atriz Kate Winslet (que havia aestreiado um ano antes pelas mãos de Peter Jackson no ótimo Almas Gêmeas). E ainda descobrimos que Emma Thompson, além de ser uma puta de uma atriz, escrevia muito bem.
O DVD:A imagem não está lá essas coisas,mas dá pro gasto. Quanto aos extras,comentários não legendados de Ang Lee e James Schamus, e o engraçado discurso de Emma Thompson no Globo de Ouro, no qual ela foi premiada pelo roteiro.

Donnie Darko (Richard Kelly,2001): Filminho obscuro que virou cult, DD talvez esteja na mesma dimensão de Efeito Borboleta,tanto pela história- furada- de viagem no tempo,quanto pelo nível debilóide de boa parte de seus fãs. Então o que há para se gostar?O clima nostálgico oitentista(quem foi criança ou adolescente nessa época não tem como não gostar disso aqui), a trilha repleto de músicas bregosas da época, o roteiro esperto de Kelly e, o melhor de tudo, o elenco, com revelações como os irmãos Gylenhaal e Jena Malone, e veteranas que fazem falta na telona, como Katherine Ross e Mary Mcdonnell . E, claro ,a Drew Barrymore.
O DVD:A edição brasileira de Donne Darko é bem pobre no quesito imagem,mas o som está bom e há comentários legendados do diretor e do protagonista.

King Kong (Peter Jackson,2005): Maravilhoso remake de Peter Jackson, e também o melhor filme dele em minha opinião. Visual fantástico, Naomi Watts e um macaco gigante cheio de personalidade.
O DVD: O dvd é bastante burocrático, detalhando a pós-produção do filme, e mais um falso documentário tratatando a Ilha da Caveira como se ela realmente existisse, e mais uma ou outra coisa que eu não lembro agora. O principal é o filme mesmo.

Encontros e Desencontros (Lost In Translation,Sofia Coppola,2003): Maravilhosa análise sobre a solidão e tabém uma espéce de autobiografia, e que também confirmou o talento de Sofia Coppola como realizadora e colocou o excelente Bill Murray onde ele já deveria estar a muito mais tempo, no topo. E Scarlett Jonhasson vai agradecer pro resto de sua vida ter topado fazer esse filme.
O DVD: o disco faz jus ao filme, e tem um making of não convencional, acompanhando alguns dias da produção no Japão. Há muita coisa interessante ali. De brinde, cenas inéditas realmente bacanas, um papo entre Sofia e seu protagonista (no intervalo de filmagens de A Vida Marinha) e um clipe da música City Girl, do Kevin Shields, ex-My Bloody Valentine e compositor da trilha sonora. Ótima edição.